sábado, março 31, 2007

O Cavalo Garrano

 
O Cavalo Garrano

De pequena estatura, cor castanha, membros robustos e curtos, perfil côncavo e pescoço grosso adornado por uma densa crina o Garrano é provavelmente um representante longínquo da fauna glacial do fim do paleolítico. Hoje os exemplares que vivem em estado selvagem são poucos e a raça está classificada como ameaçada.

Nas encostas mais inóspitas do Parque Nacional da Peneda Gerês um grupo de garranos pasta calmamente. A presença de estranhos faz com que o macho relinche e o grupo se afaste. Os potros acompanham a mãe de perto e o macho de orelhas arrebitadas mantêm-se atento. É ele que zela pela coesão do grupo e o homem e o lobo são os seus principais inimigos.
A raça garrana é uma das três raças de cavalos autóctones da Península Ibérica. Originária da fauna glaciar Paleolítica e representante do cavalo do tipo Celta das regiões montanhosas do Nordeste Ibérico, vive actualmente em estado semi-selvagem.

O cavalo garrano foi domesticado há vários séculos e estava perfeitamente integrado na vida rural do sistema agrícola de minifúndio no noroeste português. A mecanização da agricultura provocou o desinteresse dos criadores e o retorno dos animais para as zonas de montanha em regime livre. Nas primeiras décadas do século passado, com a submissão das serras portuguesas ao regime florestal, o garrano quase chegou a desaparecer.
 
Características:
O garrano (Equus caballus) é um cavalo de pequeno porte, 1, 32 m em média, e perfeitamente adaptado à montanha. A pelagem castanha, a crina longa e escura e a cauda comprida e espessa caracterizam-no. As ganachas fortes e musculosas, a garupa quadrada e as ancas grossas combinam com a rusticidade dos terrenos onde habita. A cabeça, fina mas vigorosa, nos machos é grande em relação ao corpo. O perfil recto, por vezes côncavo, os olhos expressivos, as narinas largas e um penacho de pelos sob os lábios completam o retracto dos garranos bravios.

Comportamento:
Normalmente vivem em éguadas lideradas por um macho.
O núcleo que vive em estado selvagem no PNPG está organizado em grupos mais ou menos estáveis. O grupo é bastante coeso na época da reprodução embora por vezes algumas fêmeas se isolem temporariamente. O macho impõe-se de forma a manter a unidade entre as fêmeas que o acompanham, não permitindo que estas se afastem muito. Quando se apercebe da falta de alguma das suas companheiras, chega mesmo a ir procurá-la, reconduzindo-a em seguida para junto das restantes. Quando, por qualquer razão, algumas das fêmeas se separam por uns dias do seu grupo, o macho quando as encontra mostra bem o seu descontentamento através de atitudes agressivas - com relinchos curtos e soltos e dentadas firmes. A dominância por parte do macho para manter a coesão do grupo também está patente nas suas atitudes perante a proximidade de qualquer elemento estranho. Quanto mais tensa for a situação mais energético se torna. O macho é extremamente cioso do seu harém e enfrenta a coice e à dentada qualquer macho que lhe tente roubar uma fêmea.

Distribuição:
Região Norte, em especial nas montanhas do Minho e do Noroeste de Trás-os-Montes, alcançando as Astúrias através da Galiza.

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